Vale Perdido

**FUJI||||||||||TA**  
A idiossincrasia do trabalho do artista japonês, torna-o num dos mais celebrados da actualidade. Fujita Yosuke tem dedicado mais de uma década a uma incessante e complexa busca de novos sons - e como eles se relacionam com a arquitetura natural das coisas. As peças imersivas de álbuns como iki soam sagradas, como dificilmente imaginaríamos. Improvisações de génese ritualística, carregadas de uma força telúrica que nos transporta e nos eleva. Recorrendo a uma panóplia de instrumentos não-tradicionais, e maioritariamente concebidos pelo próprio, este mago cede acesso a um universo simultaneamente antigo e visionário. Por esse motivo, as suas atuações tomam a forma de experiência tão familiar quanto alienígena. Após colaborações com Eye (Boredoms), Keiji Haino ou Rashad Becker, e presença em alguns dos festivais mais estelares da música exploratória, FUJI||||||||||TA apresenta-se na Igreja de St. Georges.

**Polido**  
Polido é um músico e artista da Marinha Grande. Ancorado numa abordagem materialista sobre som, o seu vocabulário é composto por gravações pessoais e samples. A partir do processamento desta matéria-prima, Polido constrói narrativas surreais para espaços concretos. O seu trabalho nos últimos anos envolve-se com a história da música portuguesa, memória cultural e tradição, à procura de algum limiar entre o reconhecimento e a alienação destas formas. Para o efeito do concerto na Igreja St. George, Polido apresentará um álbum a caminho.

Este evento é para  maiores de 18.

FUJI||||||||||TA + Polido

FUJI||||||||||TA

Gigs

Lisbon

Igreja de St George

**Joanna Sternberg**  
Alma inspiradora no actual panorama da folk norte-americana, Sternberg é uma lenda local em ascensão. E faz tempo que não se escutavam líricas assim, carregadas de uma lucidez desesperada no meio de incertezas, receios ou surpresas próprias da vida. De porta aberta para o quarto-estúdio, os seus discos trazem esse convite a uma esfera imensamente pessoal. Canções que espelham conflitos internos com a doença mental e as complexas emoções que a condição aporta num mundo supostamente funcional. A honestidade com que coloca estas questões, sem espinhas, mas também sem dramas, permite um raio de luz a composições que nos recordam ecos de Daniel Johnston, Regina Spektor, Joanna Newson ou a mítica Connie Converse. Sem pretensiosismos na expressão, demonstra-nos involuntariamente como se desconstroem fantasmas e demónios pessoais.

**Maria Reis**  
Voz já essencial no cancioneiro local, co-fundou um pequeno milagre chamado Pega Monstro, enquanto se multiplica em presenças noutras formações e uma série de colaborações diversas. A solo tem formado uma obra refrescante e necessária; letras ora frágeis, ora desconcertantes, que se apoiam num formato de cantiga punk perdida. Com melodias que se tornam impregnadas e refrões memoráveis, os seus discos trazem à costa a espuma dos dias, como uma vez visionado por Boris Vian. Histórias vívidas e crónicas imaginadas, escritas e interpretadas, por uma artista que tem demonstrado ideias e abordagens sem amarras.

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Joanna Sternberg + Maria Reis

I've Got Me

Maria Reis

Joanna Sternberg

B.leza

**Nihiloxica**  
De Kampala, Uganda, tem surgido alguma da música mais urgente a ecoar no vasto e povoado campeonato da música de dança de vistas largas. Nihiloxica é um dos nomes inevitáveis a incluir nesta história, feita aqui e agora. Ensemble de percussão distópico e celebratório em que os conceitos e expectativas em redor de tradição e futuro se desmaterializam face a abordagens sónicas pendentes de mapeamento concreto. Muita magia numa banda que sabe de onde parte e para onde pretende ir - sem trilho, sem redes, sem fórmulas. Nesta excelsa união anglo-saxónica e africana, o digital e o acústico fundem-se em implosões e explosões sensoriais onde o ritmo é rei, explorando os extremos da dança, encontrando inesperadas paisagens e pousios no meio de um furacão que evocam com fervor e mestria. Ao Vale Perdido trazem o seu novo disco Source of Denial via Crammed Disk, editora de Konono Nº1 ou Kasai All Stars.

**Batucadeiras das Olaias**  
Deste bairro lisboeta surge uma das mais surpreendentes manifestações sócio-musicais - e de raras aparições. As Batucadeiras de Olaias fazem do ritmo e da tradição oral um acto de afirmação. Da ainda amplamente desconhecida cultura cabo-verdiana numa cidade profundamente sedenta de espontaneidade e resistência, esta é uma oferenda valiosa. Mais que o aparente folclore da ideia, existe uma dinâmica comunitária a guiar e inspirar este grupo de homens e mulheres que aportam o passado e o futuro. Vozes essenciais.

Este evento é para  maiores de 18.

Nihiloxica, Batucadeiras Olaias, Kléo e P. Brito

Patrícia Brito

Nihiloxica

Batucadeiras das Olaias

Kléo

Armazém 8 Marvila

**Passe (2 dias) Vale Perdido ~ 17.11 + 18.11 ~ 8 Marvila**

**Sex/Fri ~ 17.11 ~ 20:00/4:00**  
Patrícia Brito  
Nihiloxica (live)  
Batucadeiras de Lisboa (live)  
Kléo  
  
**Sab/Sat ~ 18.11 ~ 16:00/05:00**  
Ricardo Grussl & Tadas Quazar  
DJ Caring  
Luke Vibert  
Violet

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Passe 2 dias VP: 17 + 18 Nov - 8 Marvila

Luke Vibert - Machine Funk

Ricardo Grussl

**Luke Vibet**

O seu pulso vanguardista marca a música electrónica para sempre. Integra um restrito conjunto de gente iluminada a quem podemos atribuir o estatuto de pioneiro. Originário de Cornwall, trouxe influências transgressoras suficientes para germinar o trip hop, o drill-n-bass e as demais incursões abstratas a que mais tarde viríamos a chamar de I.D.M., envolta em todos os passos da rave culture do Reino Unido. A pegada de Luke Vibert, contemporâneo e eterno companheiro de Aphex Twin, acaba por se transcrever em centenas de lançamentos por monumentos editoriais como a Rephlex, Planeta Mu, Warp, People of Rhythm Records, entre outras editoras de maior relevância no panorama de música electrónica. Wagon Christ, Plug, ‘I Love Acid’, Weirs, Homework, remisturas para Thurston Moore, Nine Inch Nails, Squarepusher, Stereolab, e outras infindáveis colaborações. Mas o bom de Luke Vibert, além de um estrondoso senso iconoclasta, impressiona-nos o seu contínuo inconformismo. Trinta anos depois não evidencia haver qualquer obstáculo à sua constante reinvenção, dizem-no Grit (2022) e Machine Funk (2023), trabalhos magistrais de produção cerebral carregados de neblina, pista e uma - sempre incondicional! - destreza criativa. A vanguarda continua a ser o seu maior fascínio, o que naturalmente o deixa sem outra opção que não a de continuar. Um regresso exclusivo a Lisboa, muitos anos depois da sua última visita, como um dos principais pilares da grande gala clubbing do Vale Perdido

Este evento é para  maiores de 18.

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